Estudo mostrou que existem no país 4,2 milhões de câmeras de circuito de televisão, cerca de uma câmera por cada 14 pessoas.
LONDRES - A sociedade britânica está se tornando semelhante à imaginada por George Orwell em seu romance "1984", no qual todo o mundo é vigiado pelo "Grande Irmão" do berço ao túmulo, alertou uma agência do governo encarregada de velar pela intimidade das pessoas
Segundo a "Rede de Estudos sobre a Vigilância", existem no país cerca de 4,2 milhões de câmeras de circuito fechado de televisão (CFTV), o que equivale a aproximadamente uma câmera por cada 14 pessoas.
Edifícios públicos e privados, a rede do metrô e a maioria dos ônibus são equipados com essas câmeras que filmam continuamente qualquer movimento dos cidadãos.
O chamado comissário para a Informação, alertou que o país está caminhando "sonâmbulo" em direção a "uma sociedade submetida a contínua vigilância".
Co-autor do estudo, declarou à BBC que, comparado a outras nações industrializadas, o Reino Unido é "o país mais vigiado do mundo".
"Temos mais câmaras de CFTV e leis menos rigorosas sobre proteção de dados e da intimidade", afirmou.
Segundo o analista, as autoridades tentam recolher cada vez mais dados sobre os cidadãos, e defendem seu suposto direito de não revelar o que sabem.
O sistema de vigilância total a que os britânicos estão submetidos inclui o acompanhamento, por parte da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos, de todo o tráfego de telecomunicações que passa pelo Reino Unido.
A combinação de câmaras de CFTV, biometria, bancos de dados e outras tecnologias faz parte de uma rede muito mais ampla de sistemas inteligentes interligados que permitem acompanhar detalhadamente o comportamento de milhões de pessoas, afirma o relatório.
A obsessão das autoridades em saber o que faz cada pessoa o tempo todo aumentou ainda mais com a luta contra o terrorismo.
São recolhidas e armazenadas cada vez mais informações pessoais sobre os cidadãos. A tendência, disse, não se limita ao Estado, pois o mundo empresarial reúne dados sobre cartões de crédito, telefones celulares, sites e outras informações de utilidade comercial.
Algumas dessas atividades podem ser bem-intencionadas e úteis, por exemplo, para combater o terrorismo e a criminalidade, facilitar o acesso aos serviços públicos ou privados e melhorar os serviços de saúde, reconheceu o comissário para a informação.
Entretanto, alertou, um excesso de vigilância e o fato de esta não ser submetida a nenhum tipo de controle pode "favorecer um clima de suspeita e solapar a confiança" entre os cidadãos. Também é fácil cometer erros com os dados reunidos, "o que pode ter graves consequências".
Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,AA1335776-5602,00.html
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